Mulheres na Área de TI

Foi – se o tempo em que se dizia que ”lugar de mulher é na cozinha”, a mulher hoje está presente em praticamente todas as áreas, desde as áreas biológicas até as Exatas, que historicamente foram e são majoritariamente masculina. Mas as mulheres estão conquistando o seu espaço, a história está sendo revista, e as mulheres esquecidas do passado, estão ganhando o seu devido destaque.

Ser Mulher na Área de TI

Muitas são as razões para haver pouca participação feminina na área de tecnologia, uma delas é a falta de incentivo na escolha de uma profissão na área de exatas, e o machismo que as mulheres sofrem no mercado de trabalho. As mulheres em sua infância são orientadas por seus pais e pela sociedade a escolher algo relacionado ao cuidado e a comunicação, muitas vezes essa orientação se deve ao medo em ver suas filhas em um ambiente majoritariamente masculino, ou até mesmo com o objetivo de haver uma segregação de gênero.

A Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), com o apoio da Secretaria de Empreendedorismo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), realizou um estudo com base nos dados disponibilizados pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) – no período de 2007 a 2017- com o objetivo de promover políticas públicas para o combate a diferença de gênero no mercado de trabalho, nela constatou-se que a mulher vem perdendo espaço no setor e sofrendo a perpetuação da desigualdade salarial em relação ao gênero oposto. No primeiro ano da pesquisa estas ocupavam 24% dos postos de trabalho, e passaram a ocupar 20%, a diferença salarial era de 5,34% a mais para os homens e passou para 11, 05%. Chega a ser um absurdo tal diferença e disparate salarial, em um mundo globalizado, e resultado da rica participação feminina na história da computação.

“Esses dados são essenciais para subsidiar políticas públicas capazes de reduzir brechas salariais e aumentar a participação da mulher no mercado de trabalho de TI” . Destaca Paulo Alvim, Secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTIC.

Mulheres em Cargos de Gerência

Mesmo trabalhando em um ambiente machista e repleto de desigualdades, elas conseguiram ascender aos mais altos cargos.

Susan Wojcicki

Participou desde o início da criação do Google, este “nasceu” na garagem da sua casa e ela se tornou a 16° pessoa a ser contratada pela startup, Wojcicki foi fundamental para o marketing da empresa, que na época não sabia como monetizar o serviço, e também pela compra do Youtube em 2006. Em 2014 assume o cargo de CEO do Youtube.

É considerada por muitos como a publicitária mais importante da história do Google, e durante quatro anos consecutivos (de 2011 até 2014) ela apareceu na lista de “mulheres mais poderosas” da Forbes.

Ginni Rometty 

Desde 2012 atua como CEO da gigante da Tecnologia IBM, durante 8 anos consecutivos foi indicada pela revista Fortune como umas das “50 mulheres mais poderosas dos negócios”, e em 2012 ficou em 1° lugar.

Mulheres na História da TI, Ontem e Hoje.

Não posso começar a escrever esse texto sem falar dessa ilustre mulher que não brilhou devido a luz do seu pai, o Lord Byron, mas que brilhou com a sua luz própria, a Condessa Ada Lovelace (1815 – 1852), descrita como detentora de uma grande inteligência e primeira programadora da história, ao escrever um algoritmo para a máquina analítica de Charles Babbage, Lovelace não foi exceção, muitas outras mulheres fizeram imensa contribuição para a área de tecnologia.

Ada Lovelace (1815 – 1852)

Lovelace foi responsável pelo primeiro algoritmo da história, sendo referência no que se refere pensar além do seu tempo.

“Sou mais do que nunca a noiva da ciência. A religião para mim é ciência, e a ciência é religião.”
(Ada Lovelace)

Irmã Mary Kenneth Keller (1913 – 1985)

Primeira doutora em Ciências da Computação, a freira ajudou a fundar uma associação infantil que promovia o uso de computadores na educação, lutava também pela inclusão de mulheres na área da computação.

Keller foi contribuinte para a Criação do BASIC, linguagem desenvolvida com fins didáticos, sucedida pelo Pascal. Após seu doutorado, fundou também um departamento exclusivo para ciência da computação na Universidade Clarke, lá trabalhou como diretora por 20 anos.

Grace Hopper

• Uma das Criadoras do COBOL

• Famosa pelo termo “bug” para indicar problemas em softwares.
  

Carol Shaw (1955)

• Primeira mulher a trabalhar na indústria dos games.

• Responsável por criar o primeiro sistema de geração procedural de conteúdo, oponentes, itens e objetos do cenário apareciam de forma aleatória, uma prática que é utilizada até hoje.
  

Radia Perlman (1951)

• Considerada a mãe da Internet, responsável pela criação do protocolo STP (Spanning Tree Protocol).

• Uma das Pioneiras no ensino de programação e arquitetura de redes para crianças.

• Uma das criadoras do TORTIS (linguagem de programção para fins educacionais na área de robótica).

• Responsável por diversos protocolos de segurança de rede.
  

Shafi Goldwasser (1958) 

Sua pesquisa em teoria da computacao e criptografia permitiu grandes avanços, incluindo:

• Encriptação probabilística

• Provas de conhecimento zero

• Testes de primalidade em curvas elípticas.

Conceitos bastante utilizados na criptografia moderna.

Cecília Mary Fischer Rubira

Professora Titular da UNICAM, possui mais de 100 artigos, livros e capítulos de livros publicados.

Desenvolve pesquisas na área de tolerância a falhas que visa permitir que sistemas continuem a operar adequadamente, mesmo após a falha de alguns de seus componentes.

Marissa Mayer (1975)

• Possue diversas patentes na área de tecnologia artificial

• 20° pessoa a trabalhar no Google

• Uma das responsáveis pelo Google AdWords

• Ex- CEO do Yahoo!

• Eleita diversas vezes como uma das mulheres mais poderosas do mundo.

• Cofundadora do Lumi Labs, empresa de tecnologia com foco em inteligência artificial.
  

O que pode ser feito para combater a desigualdade?

Perguntas complexas, nunca se tem respostas simples. Mas de imediato é imprescindível políticas públicas que visem a integração da mulher no mercado de trabalho, e uma fiscalização mais rigorosa a respeito das injustiças praticadas no mesmo.

Muitas inciativas se comprometem a capacitar as mulheres para o mercado de tecnologia como o projeto PrograMaria, mas a inserção delas, caso o setor privado não as acolham, é criar de forma temporária cotas para o gênero feminino.

Palestras, e materiais devem ser produzidos para que as meninas e mulheres se sintam confiantes a entrar em setores antes masculinos. A diversidade é fundamental para o crescimento de todo profissional, e de toda empresa, estas devem começar a se integrar ao futuro.

Bibliografia

Canal Tech. https://canaltech.com.br/internet/as-dez-mulheres-mais-importantes-da-historia-da-tecnologia-59485/

Revista Galileu. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2019/04/katie-bouman-conheca-responsavel-pela-primeira-imagem-de-um-buraco-negro.html

It Forum 365. https://www.itforum365.com.br/novo-livro-infantil-quer-inspirar-novas-geracoes-de-mulheres-na-computacao/

Unicamp. https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2019/02/11/ainda-ha-muito-espaco-para-mulheres-e-meninas-na-ciencia-e-tecnologia

Delirium Nerd. https://deliriumnerd.com/2018/09/06/ada-lovelace-primeira-programadora-da-historia/

Suno Research. https://www.sunoresearch.com.br/tudo-sobre/marissa-mayer/