Lixo Eletrônico

O lixo eletrônico é um dos assuntos mais recorrentes da atualidade, devido aos efeitos nocivos que este traz ao meio ambiente, mas também pelo fato de todos já terem tido um dispositivo eletrônico que quebrou ou ficou obsoleto, mas não soube onde descarta-lo da melhor forma.

O que é?

É basicamente todo o lixo produzido por dispositivos, componentes e materiais eletrônicos quebrados, inutilizáveis ou desatualizados / obsoletos. Neles se incluem baterias, eletrodomésticos, celulares, impressoras, computadores etc. Grande parte deste lixo produzido se deve a obsolecência programada , mas o consumismo possui também uma parcela de culpa nesse processo, diariamente as pessoas são inundadas com o lançamento de dispositivos cada vez mais modernos e atuais, sendo seduzidas a comprá- los.

Destino Atual

Apesar da Convenção da Basiléia (acordo que limita os resíduos perigosos às fronteiras do país que os produz), a exportação de lixo eletrônico é prática corrente. Um computador inteiro não pode ser considerado resíduo, por isso consegue furar o controle. Menos de 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado, com os 80% restantes indo para aterros ou sendo informalmente reciclados

Impacto na Natureza

Emissão de gases poluentes, quando os mesmos são tratados de forma inadequada fazendo a queima do lixo, para haver a separação dos materiais, contaminação dos lençóis freáticos e dos trabalhadores por conta do mercúrio, chumbo e cádmio prejudiciais a saúde humana, colocando em risco o fornecimento de alimentos e água, extração desgovernada de materias primas na natureza para a fabricação dos dispositivos que poderiam ser reaproveitados fazendo uso do e-lixo (lixo eletrônico).

De acordo com o relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (PACE) e da Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico, além de impactos à saúde e poluição, aa gestão imprópria de lixo eletrônico está resultando em uma perda significativa de materiais brutos escassos e valiosos, como ouro, platina, cobalto e elementos terrestres raros.

O que está sendo feito para Resolver o problema

Membros da PACE e da Coalizão da ONU sobre Lixo Eletrônico, incluindo a ONU Meio Ambiente, o Fundo Mundial para o Ambiente, o Fórum Econômico Mundial e o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável pedem uma inspeção do sistema atual de eletrônicos, enfatizando a necessidade de uma economia circular na qual recursos não sejam extraídos, usados e descartados, mas avaliados e reutilizados de maneira que minimize impactos ambientais e crie empregos decentes e sustentáveis.

Uma economia circular gera benefícios econômicos e ambientais tremendos para todos nós”, disse a diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente,

Para ajudar a responder ao desafio do lixo eletrônico global e alcançar a oportunidade de economia circular, o governo da Nigéria, o Fundo Mundial para o Ambiente e a ONU Meio Ambiente anunciaram um investimento de 2 milhões de dólares para dar início a uma indústria formal de reciclagem de lixo eletrônico na Nigéria. O novo investimento deve alavancar mais de 13 milhões de dólares em financiamentos adicionais do setor privado.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), até 100 mil pessoas trabalham no setor informal de lixo eletrônico na Nigéria. O investimento irá ajudar a criar um sistema que formaliza estes trabalhadores, dando a eles empregos seguros e decentes, enquanto ao mesmo tempo captura o valor latente nas 500 mil toneladas de lixo eletrônico despejadas na Nigéria todos os anos.

No Brasil

A Lei Estadual nº 13.576, de 6 de julho de 2009, institui normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico:

“Artigo 1º – Os produtos e os componentes eletroeletrônicos considerados lixo tecnológico devem receber destinação final adequada que não provoque danos ou impactos negativos ao meio ambiente e à sociedade.

Parágrafo único – A responsabilidade pela destinação final é solidária entre as empresas que produzam, comercializem ou importem produtos e componentes eletroeletrônicos.”

Novas Alternativas

Recomendações feitas pela OIT, está a adoção de legislações apropriadas por parte dos países em desenvolvimento, a regularização do setor informal de reciclagem e a organização de trabalhadores que lidam com detritos eltrônicos em cooperativas.

Empresas como HP fazem o reuso dos seus dispositivos, separando as peças e aproveitando-as. Existe hoje diversas coperativas se especializando na reciclagem do lixo eletrônico, eles o vêm como um tesouro; o retorno que eles conseguem desse tipo de material é muito superior se comparado com a reciclagem de vidro, plástico e afins.

Pesquisas em todo o mundo estão sendo feitas com o objetivo de minerar minérios do e-lixo com químicos para que não seja mais necessário haver a mineração em larga escala como já vem sendo feito em jazidas de minérios. No Brasil a USP está bastante envolvida nessas pesquisas.

Como os países mais avançados tratam o problema

Países como a Suíça que é um exemplo de reciclagem, possui uma legislação que torna os fabricantes e importadores responsáveis por seus produtos até o fim de sua vida útil e devem garantir um processo de reciclagem limpo e eficiente. Somente 3% do e-lixo vai para aterros, que são sujeitos a controles rígidos.

“Já temos muito lixo eletrônico aqui na Tailândia. Não é nossa intenção trazer essa poluição do resto do mundo para a próxima geração de tailandeses”, disse o vice-chefe de polícia da Tailândia, Wirachai Songmetta, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Mas segundo relatórios da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 80% do lixo Eletrônico de grandes potências são enviados ilegalmente para países em desenvolvimento. Até o final de 2017 grande parte desse lixo era enviado para a China e para a Nigéria, felizmente a China tem deixado de ser o “depósito de lixo do planeta”, devido a execução de leis que fazem parte dos planos nacionais de combate a degradação ambiental. Muitas vezes, esse lixo era exportado para a China é reexportado para outros países do Sudoeste asiático, como Cambodja e Vietnã.

Desde que a proibição chinesa entrou em vigor, a Tailândia recebeu 37 mil toneladas de lixo eletrônico e 120 mil toneladas de resíduos plásticos – fora os influxos ilegais.

A curto prazo, o problema dessas legislações é que os países desenvolvidos vão procurar outros lugares para despejarem o seu lixo, lugares como os Estados Unidos e a Europa precisam entender que eles têm que começar a reciclar o próprio lixo eletrônico e parar de espalhar os efeitos negativos de norte a sul“. Alerta Jim Puckett, da organização ambiental Basel Action Network

Com medo de se tornar a nova lixeira mundial, a Tailândia já começou a tomar providências, seguindo o caminho da China. As companhias atualmente autorizadas para importações de lixo eletrônico e de plástico já estão proibidas de receber novos resíduos estrangeiros, ao passo que o lixo atualmente estocado nos portos terá de passar por inspeções.

Nos próximos meses o governo tailandês planeja aprovar legislação para proibir o lixo eletrônico estrangeiro e resíduos plásticos de entrar no país.

Como Desenvolver uma nova conciência Social

Nem sempre a existência de uma lei reguladora resolve a questão. É necessário de imediato a criação de mais locais de coleta de e-lixo para que o cidadão comum possa fazer o descarte de forma correta, é dever do Estado fiscalizar as empresas para que estas sejam responsáveis pelos produtos que ela produz.

Bibliografia e Recomendações

https://time.com/5594380/world-electronic-waste-problem/

https://www12.senado.leg.br/emdiscussao/edicoes/residuos-solidos/mundo-rumo-a-4-bilhoes-de-toneladas-por-ano/como-alguns-paises-tratam-seus-residuos

https://www.rubiconglobal.com/blog/electronic-waste-problem/

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/01/130118_lixo_eletronico_bg.shtml

http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT1023727-1939-2,00.html

https://www.todamateria.com.br/lixo-eletronico/

https://www.ecycle.com.br/component/content/article/38-no-mundo/6592-acumulo-de-lixo-eletronico-na-tailandia.html

http://www.sermelhor.com.br/ecologia/lixo-eletronico-problema-e-solucoes.html

https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/05/internacional/1515145196_165569.html

7 comentários em “Lixo Eletrônico

  1. Texto e tema muito interessantes, bem desenvolvido e de extrema importância para um mundo cada vez mais consumista.Os impactos na natureza são terríveis e só demonstra o quanto é necessário novas iniciativas para o controle deste tipo de lixo.

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  2. Muito bom o texto. Muito interessante você citar a extração de minérios no Lixo Eletrônico, acho que as pessoas não param para pensar na infinidade de componentes que tem em um único equipamento, e que isso pode ser reaproveitado em vez de extrair novos da natureza. Que bom que uma universidade brasileira esta investindo em pesquisas na área.

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  3. Achei interessante você falar que um computador inteiro apesar de estar obsoleto e inativo eles não interpretarem como um resíduo e por isso fura o controle , isso faz pensar que apesar de leis existentes elas ainda não valem de nada na prática! Que bom que estão implantando esse sistema de reciclagem na Nigeria favorecendo a sociedade , é muito lamentável pensar que os países desenvolvidos encaminham seu lixo para os países subdesenvolvidos e não estão nem aí com a finalidade e os riscos que podem trazer. Muito boa a postagem 😊

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